Dilma quando era criança; Com a família; Em um baile de debutantes em Belo Horizonte |
Se para uma vaga de emprego "normal", somos silenciosamente exigidos a usar uma roupa formal e comportada, imagina como é quando essa vaga é para... Presidente da república? Não é um assunto que paramos para pensar, pelo menos não conscientemente, mas é minunciosamente planejado pelo marketing dos candidatos. Aparência aparada, limpa e que passe confiança são algumas das características que eles tentam passar.
Mas, para hoje iremos
focar na atual presidente, Dilma Roussef, que pertence ao Partido dos
Trabalhadores (PT). Foi visto em várias manchetes recentemente sobre a quantia
gasta para a presidente para os debates e aparições: R$ 3.125. E os gastos não
param por aí. Dilma já apareceu com sapatos da marca francesa Louis Vuitton,
que custam mais de mil reais e brincos da Dior, que valem cerca de R$ 1.250.
Para nós, meros seres
humanos, esses valores são extravagantes. Todavia, essa moda de se vestir com
grife se comprovou eficaz desde o ex-presidente Fernando Collor de Mello. As
outras candidatas mulheres nessa eleição de 2014 se mostraram menos preocupadas
com a aparência. Marina Silva do PSB era vista sempre com o cabelo preso em
um coque, saias e roupas em cores neutras, como cinza, bege ou preto. Com
acessórios, abusava dos colares indígenos, feitos de conchas e pedras. Já Luciana Genro do PSOL exibia seus cabelos cacheados sempre soltos e variava
sua roupa em tons corais, amarelo e branco. Fora os óculos de grau, Luciana
dificilmente era vista com qualquer tipo de joia ou acessório.
A presidente Dilma foi
além de modificar seu guarda-roupa para melhorar sua aparência. Em 2010, seu
marqueteiro João Santana, confessou a Folha de São Paulo que ela optou por
fazer cirurgia plástica aos 63 anos no rosto, pescoço, olhos, pálpebras e
bigode japonês. Pode-se considerar que ela resistiu por um bom tempo fazer as
alterações cirúrgicas, considerando que vivemos em um país que é segundo no ranking de plásticas do
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Nos anos 90; Em 2009, quando estava com câncer linfãtico; 2014 com Celso Kamura |
Seu cabelo e maquiagem são cuidados por Celso Kamura, dono de três
salões de beleza. Foi ele que cortou, clareou e alisou o cabelo da candidata.
De acordo com ele, sua inspiração foi na estilista Carolina Herrera, que
apresenta um corte semelhante. Celso já contou em entrevista que ela sofre com
pele oleosa, algo que ele tenta disfarçar com a maquiagem.
Recentemente seu guarda-roupa deu uma alternada do tradicional terno
vermelho, cor do PT. Especuladores afirmaram que é para distanciar associações a
escândalos e possíveis processos acontecendo contra o partido. Nos debates
chegou a ir de terno branco e verde piscina. O marqueteiro do Paraná, Nelson Biondi Filho,
fez o seguinte comentário sobre o visual da Dilma: “Ela não tinha grandes
cuidados, tinha ar de senhora de 61 anos. Agora, continua com ar de senhora,
mas mais bem cuidada. Dilma teve só ganho de imagem, não vejo prejuízo”.
As mulheres que chegaram a cargos altos, como Angela Merckel, que é
chanceler da Alemanha (equivalente a presidente no Brasil) e Michelle
Bachelet, ex-presidente do Chile, foram chamadas de “masculinizadas”. Isso se
deve ao fato de manterem cortes de cabelo curto, usarem ternos e com exceção da
Angela, serem solteiras. Acredito que isso se deve por elas terem tido que
chamar a atenção para suas ideias e inteligência em um mundo ainda dominado por
homens. Nesse caso, prefiro a vaidade sutil delas à de Marta Suplicy.
Como diria o escritor Oscar Wilde, “só os
superficiais não julgam pelas aparências”.
Conversamos com os acadêmicos
do sexto semestre de Jornalismo da Unisul para nos contar até onde eles acham
que a aparência física dos candidatos afeta o voto dos eleitores. Assista e
veja o que eles responderam:
Produzido por: Alice Goulart Estevão